Leitos, perfeitos, seus olhos direitos me olham assim. Fino, menino, me inclino pro lado do sim: ser, querer ser, ser um camaleão. Sonho meu. Me leva que eu vou. Num indo e vindo infinito. Eu olho pro infinito e você de óculos escuros, eu digo que te amo e você só acredita quando eu juro. No mundo, não adianta fugir nem mentir pra si mesmo. Agora: há tanta vida lá fora. Caminhando contra o vento. A pele sem documento. Outras palavras. Tudo seu azul, tudo azul furta cor, tudo meu amor. Na televisão, na rádio, na esquina do clube. Calor que provoca arrepio, coração de eterno flerte. Detesta o verde. Eu canto pra Deus proteger-te. Tudo o que sonhares, todos os lugares, as ondas dos mares: pois quando eu te vejo, eu desejo o teu desejo. O Haiti não é aqui. O Haiti não é ali. Luz do sol que a folha traga e traduz em verde e novo, em flor, em graça, em vida, em força, em luz. Céu azul que vem até onde os pés tocam a terra. Ora, ora o rio. Corre, corre, corre, corre o rio pro mar. Dono do sim e do não, diante da visão da infinita beleza. Coisa mais querida. A glória da vida, luz do sol. Tua pele, tua luz, tua juba. Pois és o avesso do avesso do avesso. É que Narcísio acha feio o que não é espelho. Quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi da dura poesia discreta de tuas esquinas. A tua mais completa tradução: alguma coisa acontece no meu coração. Do anel de lua e estrela. Raios de sol no céu da cidade. Manhã chegando, luzes morrendo. Noite é bem tarde, penso em você: fico com saudade. Quem é você? Qual o seu nome? Conta pra mim, diz como eu te encontro.
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